O dia hoje acordou chuvoso, frio, triste. Mas há sempre aquela necessidade de passear à chuva, embora eu pessoalmente, não goste de sair para longe nestes dias que aparentam temporal. Amo ver o tempo tornar-se fustigador, ventoso, mas do lado de dentro da minha janela (ou se pudesse, escolheria passar a tarde à janela de casa da minha avó, a olhar o mar revolto).
A saída depois de almoço, sem grandes planos, leva-nos até Cascais. Não paramos na marginal pois está cheia de gente que observa algo, penso na altura ser algum efeito do mau tempo, mas mais tarde, ficamos a saber que foi a carcaça de uma grande baleia que deu à costa.
Seguimos então para o cabo da Roca, onde está o típico vento insuportável - bem eu nem sei porque aqui tentamos vir num dia de inverno como o de hoje. A paisagem é linda, mas o frio acumula-se nos ossos e se sabem o que é ter dores, elas começam a tornar-se insuportáveis a meio da tarde. Apetece-me enroscar e não sair debaixo das mantas até o frio passar. Um café quente e um livro para ler, teriam sido a minha opção para esta tarde. Mas os restantes, parecem estar a divertir-se.
Depois vamos à boca do Inferno, onde o mar está demasiado revolto para nos aproximarmos muito.
Não regressamos logo, seguimos junto à costa e visitamos Colares, passamos em Sintra e acabamos a jantar numa pizaria que nos surpreende pelo tamanho das pizzas e pela sua qualidade e sabor. O regresso é mais rápido, a noite está chuvosa mas o vento abrandou. Tenho uma sensação estranha, um aperto que só alivia quando entro em casa.
Nem sempre os passeios são bons e reconfortantes. Mas até faz bem falar de todos, dos sentimentos. Acho que hoje nem consigo descrever o que gostei mais, pois nem encontrei prazer nesta saída de casa hoje.
